VOCÊ PODE GRITAR, VOCALIZAR E FAZER BARULHO SIM!
“Não grita senão te deixo aqui sozinha!", "Na hora de fazer não gritou, por que está gritando agora?" Essas são frases que são ditas às mulheres em trabalho de parto e que verbalizam a sua dor. Mas por que, cargas d'água, as mulheres não podem verbalizar e externalizar a dor do trabalho de parto?
O grito e a dor existem por uma razão. Toda vez que o corpo sente dor, ele tem a necessidade de extravasar esse sentimento para alívio do corpo. Isso inclui gritar, apertar, urrar... E não consigo entender, até hoje, por que as mulheres não podem gritar no momento do trabalho de parto.
Dói, é verdade, um bebê precisa nascer. Mas proibir a mulher de gritar para alívio da dor, constrangendo-a de modo que ela se sinta obrigada a se concentrar em sentir dor sem gritar, isso é impor sofrimento àquela mulher, algo extremamente DESNECESSÁRIO, considerado Violência Obstétrica.
O médico obstetra Bráulio Zorzella @brauliozorzella_obstetra explica que o grito é um meio de alívio e exemplifica com o tenista Gustavo Kuerten, quando ele grita a cada raquetada que dá na bola com força. Ninguém diz: "não grita senão não vai jogar.”
Se compararmos ao sexo, por que parto tem muita referência do sexo sim, fazemos barulho enquanto transamos, não é? Ou nós ficamos mudas? Até pode ser, mas a maioria vocaliza algum som.
Então, mulheres, não se preocupem! Pode gritar sim! Verbalizem, deixem o poder da natureza emanar e fluir no momento do nascimento, já que é algo que tão natural e fisiológico. Lembrando que dor não é sofrimento 😉